Má alimentação e sedentarismo. Esses são os principais fatores que colocam Minas Gerais no terceiro lugar do ranking nacional de obesidade. Hoje, 35% dos moradores do Estado são obesos, o que equivale a 6,7 milhões de pessoas acima do peso ideal.
No ranking nacional, Minas só perde para São Paulo, que tem 70% da população acima do peso, ou cerca de 28 milhões de pessoas, e para o Rio de Janeiro, com 6,9 milhões de obesos (45% de sua população).
Desde 2002, a obesidade é considerada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) uma epidemia mundial. Neste sábado (9), profissionais de várias áreas da saúde e voluntários fizeram uma força-tarefa na Praça Rio Branco, nos arredores da rodoviária de Belo Horizonte, para esclarecer dúvidas sobre a doença. A ação ocorre anualmente e faz parte da comemoração ao Dia de Combate à Obesidade, lembrado nesta segunda-feira (11).
Os especialistas são unânimes em dizer que apenas com uma alimentação saudável e com práticas esportivas é possível manter o peso ideal. O recomendável é fazer uma dieta balanceada e constante com o acompanhamento de um nutricionista, além de praticar exercícios físicos pelo menos três vezes por semana. Ingerir diariamente dois litros de água também ajuda a manter a forma.
Para o administrador e presidente do Nuobes (Núcleo Mineiro de Obesidade), Marcelo Eustáquio de Oliveira, o assunto tem que ser abordado desde a infância. Ele, que já foi obeso e fez uma cirurgia de redução de estômago, sugere que o governo inclua na grade curricular das escolas uma disciplina que aborde nutrição.
- Os pais têm grande parcela nessa doença. Eles têm que educar melhor os seus filhos sobre como se alimentar.
No Brasil, o Ministério da Saúde estima que três em cada dez crianças estão acima do peso recomendado pela OMS. Oliveira lembra que, com a redução do peso, a qualidade de vida melhorou.
- Cheguei a pesar 187 kg. Em 2004, passei por uma cirurgia de redução de estômago e iniciei tratamento com acompanhamento médico. Emagreci 65 kg e hoje vivo bem melhor.
O núcleo orienta a população carente sobre a cirurgia de redução de estômago. Os males dessa doença vão além da estética. A obesidade pode provocar hipertensão, diabetes, apneia do sono, além de baixa autoestima.
O gari Ricardo Souza Cruz, de 41 anos, aproveitou a ação realizada pelo Nuobes e fez um check-up. Na Praça da Rodoviária, ele foi pesado, teve a pressão arterial medida e fez uma avaliação médica.
- Há 15 anos pratico exercício físico, correndo atrás do caminhão de lixo. Não descuido nunca da minha saúde.
Quem também aprovou a iniciativa foi o pedreiro Luiz Ferreira da Costa, 31 anos. Ele foi uma das centenas de pessoas que foram atendidas pelos médicos e voluntários.
Em Minas Gerais, 560 pessoas estão na fila de espera para a cirurgia de redução de estômago. O médico cirurgião bariátrico Hemerson Paul afirmou que a cirurgia é o método mais eficaz para combater a obesidade mórbida.
- Com a operação bariátrica, conseguimos reduzir em 75% a pressão alta associada à doença.
Estudo recente revelou que 30% dos mineiros sofrem com a obesidade mórbida. Para saber se uma pessoa está no peso ideal, basta fazer o calculo do IMC (Índice de Massa Corporal), que consiste em dividir o peso pela altura ao quadrado.
Se o índice ficar entre 35% e 40%, aponta obesidade. Acima de 40%, representa obesidade mórbida. IMC inferior a 20% representa peso abaixo do recomendado, e entre 20% e 25%, peso normal.
Núcleo Mineiro de Obesidade. Minas está em 3º lugar no ranking da obesidade no país. Out 2010. <http://nuobesmg.org.br/plus/modulos/conteudo/?tac=aconteceu> Acesso em: 22 nov 2011.
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