Maltodextrina x Dextrose

Em busca de aumento de massa muscular ou simplesmente melhorar o rendimento esportivo, muitos adotam algum tipo de suplemento nutricional em sua rotina e na maioria dos casos sem orientação personalizada de um profissional da saúde.

 O mercado de suplementos cresceu muito, no entanto, muitos destes ainda sem um consenso ou comprovação científica. Um suplemento de forma errônea pode trazer danos à saúde, como uma hipersensibilidade alimentar (que pode, por exemplo, propiciar a uma rinite ou sinusite), intoxicação, disfunção na tireóide (como hipotireoidismo), disbiose intestinal (tendo com um dos principais sinais o aumento de acne) entre outros.

Amplamente usados na forma de suplemento ou de forma “oculta” em muitos produtos alimentícios, o uso de carboidratos como maltodextrina, dextrina e dextrose se tornou uma “febre”.

Para entender a diferença, veja como os carboidratos podem ser classificados:
  • Simples: Os monossacarídeos: frutose, glicose, galactose;
    Os dissacarídeos: sacarose, lactose, maltose

  • Complexos: São os oligossacarídeos e polissacarídeos: amido, celulose, glicogênio.
A Maltodextrina é um derivado de amido (milho, mandioca, batata entre outros). É a combinação do carboidrato simples com o complexo.

A Dextrina é uma classe dos carboidratos complexos.

A Dextrose nada mais é um que nome “bonitinho” dado a glicose, portanto um carboidrato em sua forma mais simples (totalmente hidrolisado).

Durante a digestão os carboidratos complexos sofrem hidrolise (quebras) até se transformarem em carboidratos simples. Devido ao organismo não digerir e nem absorver todos os carboidratos com a mesma velocidade, um mecanismo foi desenvolvido para avaliar o efeito na glicose sanguínea: o índice glicêmico.

Quanto maior o índice glicêmico mais rapidamente é elevada a glicose sanguínea e quanto mais simples o carboidrato maior o índice glicêmico.

Estas bebidas esportivas podem ser consumidas antes, durante e após o exercício, dependendo da finalidade e da impossibilidade de serem incluídos alimentos, como por exemplo:
  • Pré-treino: que tem como principais objetivos prevenir ou retardar desequilíbrios (homeostáticos), otimizar a concentração de glicose no sangue e minimizar a depleção de glicogênio (que são as fontes energéticas primárias durante o exercício). Neste caso a suplementação deve ser feita 30 minutos antes do exercício e não dispensa uma refeição anterior com um carboidrato de baixo índice glicêmico.

  • Durante: que tem como principais objetivos a melhora do rendimento e a preservação do glicogênio muscular. O ideal neste momento seria um carboidrato de médio índice glicêmico.

  • Pós-treino: principal objetivo é o favorecimento da ressíntese de glicogênio muscular e hepático. Este é o momento ideal para carboidratos de alto índice glicêmico.
Cabe ressaltar, que muitos destes produtos podem conter aditivos não tão interessantes a saúde, como por exemplo, a adição de adoçantes (aspartame, sucralose, entre outros) que podem aumentar a captação de glicose tardia (favorecendo ao ganho de peso futuro, aumentar o desejo por doces ou alimentos ricos em açúcar), causar alterações na tireóide, como no caso da sucralose que contém cloro em sua forma química, neste caso, o cloro pode bloquear a entrada de iodo na tireóide. Além de outros aditivos como corantes, muito relacionados com a hiperatividade por exemplo.

Portanto os alimentos devem ser sempre a prioridade, pois a sua composição vai além de somente carboidratos. Tão importante quanto uma refeição pré-treino, por exemplo, é a adequação diária dos nutrientes, lembrando que a deficiência de macronutrientes (carboidrato, proteína e gorduras) é muito mais improvável do que a deficiência dos micronutrientes (vitaminas e minerais) que participam de todos os processos fisiológicos, como a modulação hormonal (diminuição do hormônio catabolico, relacionado com a perda de massa magra e ganho de gordura).

Leia também: A maltodextrina e a perda de peso

Fonte:

A Nutricionista.Com

Autora:
Daniela Mendes Tobaja - CRN3 27602

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