Estudo recomenda exercícios físicos para pacientes com depressão

Exercícios aeróbicos três a cinco vezes por semana são os mais indicados para o tratamento da doença.

Exercícios físicos são indicados pelos médicos como parte do tratamento para diversas doenças, como problemas cardíacos, colesterol e diabetes.

Alguns estudos já mostraram, porém, que essa prática pode ajudar também pacientes com depressão. Pesquisadores da Universidade do Texas, em Dallas, fizeram uma revisão dos dados sobre o assunto, com objetivo de fazer uma recomendação mais precisa do tipo de intensidade de exercícios recomendados.

"Apesar do grande número de evidências que apoiam o uso de exercícios no tratamento da depressão, estudos anteriores não forneceram indicações claras da dose adequada de exercícios necessária para promover o efeito antidepressivo", escrevem os autores Chad Rethorst e Madhukar Trivedi. O estudo foi publicado na edição de maio do periódico Journal of Psychiatric Practice.

Estudos anteriores mostraram que a prática de exercícios é efetiva na redução dos sintomas da depressão tanto utilizada sozinha quanto em conjunto com medicamentos e terapia. Agora, a revisão de literatura mostrou que os exercícios aeróbicos são os mais indicados para pacientes com depressão, apesar de os treinos de resistência também poderem ser utilizados. Rethorst e Trivedi recomendam que o paciente pratique de três a cinco vezes por semana, em sessões de 45 a 60 minutos.

A intensidade deve ser de 50 a 85% da frequência cardíaca máxima do indivíduo. Em treinos de resistência, a recomendação é de exercícios variados para os membros superiores e inferiores — três vezes de oito repetições a 80% do peso máximo que a pessoa aguenta.

Os dados sugerem que os pacientes devem sentir melhoras nos sintomas da depressão cerca de quatro semanas após o início dos exercícios, mas os autores recomendam que o programa seja mantido por pelo menos 10 a 12 semanas, a fim de obter maior efeito antidepressivo.

Participação e incentivo – Nos estudos analisados, apenas 15% dos pacientes abandonaram o programa de exercícios. Essa taxa é comparável à de pessoas que abandonam o uso de medicamentos ou a terapia.

Para melhorar a adesão à prática, os autores recomendam que os pacientes sejam consultados sobre seus tipos de exercícios preferidos, e que recebam atenção individualizada.

Mesmo que o paciente não atinja a frequência ou intensidade de exercícios recomendadas, a atividade física ainda pode ser benéfica. "Os médicos devem encorajar os pacientes a praticar algum tipo de exercício, mesmo que não seja o suficiente para atingir as recomendações", afirmam os autores.

Fonte:
Revista Veja São Paulo

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