Personal trainer que tinha uma barriga de tanque, se torna cobaia em um experimento de 2 meses da "Dieta Furada", onde passou a comer produtos ditos saudáveis e fica fora de forma.
Em 2004, o cineasta americano Morgan Spurlock filmou o autodesafio de comer somente fast-food por trinta dias seguidos. Resultado: engordou 12 quilos, e deu no divertido (e ao mesmo tempo melancólico) documentário Super Size Me. De modo semelhante, a personal trainer Maíra Tavares, de 31 anos, moradora de Laranjeiras, também se doou a um experimento alimentar, no caso sendo bisbilhotada por 40 000 curiosos no Instagram. Entre os dias 18 de março e 19 do mês passado, ela consumiu apenas produtos que se apresentam como saudáveis, exibindo no rótulo as expressões "light", "diet", "fonte de fibras" e "enriquecido de minerais". Pois bem. Maíra, antes com shape de atleta de fisiculturismo, inchou e está com princípio de celulite no bumbum.
Ficou, digamos assim, molinha. Continua com um corpo escultural mas não para seus próprios padrões. "Estou com o abdômen dilatado e ganhei indesejáveis pneuzinhos", ela diz. O nutriendocrinologista Victor Sorrentino, que acompanhou Maíra ao longo do inusitado programa, revela dados menos subjetivos: "Houve um impressionante aumento de 100% no nível de triglicérides, e o colesterol também foi afetado". Por sua vez, Raíssa Fernandes, nutricionista da mulher-cobaia, revela outra suposta derrota: "O porcentual de gordura subiu de 13,9% para 20,5%". Nada tão grave, diga-se de passagem tabelas usadas pelos profissionais de saúde apontam que o nível ideal se encontra na faixa de 18% a 23%.
Aliás, pormenores estéticos não eram mesmo o propósito final. Em questão estava a saúde. E, nesse quesito, quase a coisa desanda. "Em relação à glicose, a grande preocupação é que seu nível dobrou em apenas dois meses. Seguindo essa proporção, em mais dois meses Maíra estaria com níveis inadequados, fora da curva de normalidade", arremata Sorrentino.
Aliás, pormenores estéticos não eram mesmo o propósito final. Em questão estava a saúde. E, nesse quesito, quase a coisa desanda. "Em relação à glicose, a grande preocupação é que seu nível dobrou em apenas dois meses. Seguindo essa proporção, em mais dois meses Maíra estaria com níveis inadequados, fora da curva de normalidade", arremata Sorrentino.
Durante o período do projeto, ela deixou de lado a dieta balanceada que manteve no ano passado, com alimentos naturais, como frutas, quinoa e muito grão-de-bico. Por oito semanas ingeriu apenas produtos industrializados, a exemplo de gelatina diet, sucos à base de soja, pão integral e barras de cereais. E é aqui que esta incrível história, da personal trainer que expôs seu corpo diariamente na internet, resvala em outra discussão: a validade de comprar comidinhas que se gabam de ser limpas, saudáveis, não engordativas. "A publicidade costuma esconder o que esses alimentos de fato são", analisa Maíra. Saborosos, e alardeando poucas calorias e gorduras, eles passam a ideia do prazer sem culpa, mas acabam vendendo mais promessas do que resultados. "A lei brasileira tem brechas que podem induzir o consumidor a erro", diz o endocrinologista Fabiano Serfaty. Ele afirma que, para que não perca o sabor, um produto "light" contém até 20% mais açúcares que seus equivalentes, não evitando, portanto, o aumento de peso e constituindo um perigo para diabéticos desavisados.
Diferentes nomenclaturas usadas para designar o mesmo ingrediente também confundem os fãs de lights, diets e afins. É o caso do próprio açúcar. Com variados disfarces, a exemplo de "xarope de glicose", "maltodextrina" e do misterioso "açúcar invertido", o componente vilão é figura fácil em versões magras de doces e biscoitos. Para Frederico Tavares, professor de marketing na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a falta de informação sobre o que é light, diet ou zero é uma "porta aberta para a criatividade, por vezes nociva, da indústria".
Cores, formato atraente e até a tipologia da letra da embalagem formam o pacote-sedução, que transforma o produto em status social. "Você é o que compra", reforça Tavares, expandindo o conhecido "você é o que come". Já de volta à antiga rotina alimentar, Maíra, a esta altura com um baita conhecimento de causa, é quem reforça a tese: "Não podemos ser alienados. Não se deve julgar o livro pela capa nem o produto apenas pelo rótulo".
Fonte:
Revista Veja Rio
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Cores, formato atraente e até a tipologia da letra da embalagem formam o pacote-sedução, que transforma o produto em status social. "Você é o que compra", reforça Tavares, expandindo o conhecido "você é o que come". Já de volta à antiga rotina alimentar, Maíra, a esta altura com um baita conhecimento de causa, é quem reforça a tese: "Não podemos ser alienados. Não se deve julgar o livro pela capa nem o produto apenas pelo rótulo".
Fonte:
Revista Veja Rio
Autora:
Lais Botelho
Chega a uma altura que não sei o que comer. Nem como agir.
ResponderExcluirUns dizem que proteina é que é bom.
Outros dizem come fruta outros dizem não coma fruta tem muito açucar.
A sentir me confusa e triste :(