Musculação Na Infantil: Saúde ou Perigo?

Todos sabem que exercícios físicos são bons para a saúde, o corpo e a mente.

A incessante busca pelo corpo perfeito é outro fator que leva as pessoas cada vez mais às academias. Mas, uma parcela da população nunca foi pensada como cliente em potencial, principalmente na área da musculação: As crianças.


Ao contrário de outros esportes como futebol, ginástica e natação, nem passa pela cabeça da maioria dos pais colocar os filhos para fazerem musculação. Além disso, grande parte das pessoas acredita que crianças, por ainda não estarem formadas estruturalmente, teriam o desenvolvimento muscular e o crescimento prejudicados se praticassem tais exercícios.

Um estudo que vem sendo realizado há nove anos no Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina (UEL) demonstra o contrário do que se pensava sobre o assunto. Crianças a partir de seis anos participam do projeto "Efeitos do Treinamento com Pesos sobre as Adaptações Neuromotoras de Crianças". Esse projeto de pesquisa consiste no acompanhamento dos efeitos do treinamento com pesos e os resultados têm sido favoráveis ao exercício.

O coordenador do projeto é Arli Ramos de Oliveira, graduado em Educação Física pela Faculdade de Educação Física do Norte do Paraná - FEFI (Atual UNOPAR), com Mestrado e Doutorado em Desenvolvimento Motor e Estudos Esportivos junto à Universidade de Pittsburgh, no Estado da Pennsylvania (EUA) e professor do curso de Educação Física e Ciência do Esporte da Universidade Estadual de Londrina.

Para ele, antigos mitos de que a musculação em crianças poderia ocasionar lesões, retardar o crescimento e prejudicar o desenvolvimento muscular caíram por terra. Ao contrário de tudo pregado anteriormente, essas crianças envolvidas no projeto tiveram uma melhora no crescimento, na auto-estima e no desempenho esportivo, além de conhecerem melhor seus corpos e terem um aumento significativo na força. Além disso, segundo o professor, praticar atividades acompanhadas por um instrutor, como acontece aqui, é uma vantagem porque a criança corre menos risco de sofrer lesões.

As atividades consistem em levar a criança a conhecer seus próprios movimentos primeiramente, para em seguida praticarem exercícios de solo, abdominais por exemplo, seguindo para pesos livres (alteres e barras) e chegando até ao uso de máquinas, essas adaptadas às crianças. As crianças são testadas para ver qual a capacidade muscular, para que no treinamento haja um uso adequado. No início é cobrado de 40% a 50% da capacidade das crianças para que se desenvolva o hábito sem criar uma fadiga, relata o professor. Além disso, é necessário, segundo ele, motivar as crianças, recompensando-as pelo feito e trazer um lado lúdico às sessões para motivá-las.

A intenção do projeto, além de comprovar o erro de certas afirmações, é a de educar para a saúde e o lazer, levando também a um estilo de vida ativo e saudável. O projeto, no momento está parado por estar tramitando junto ao Conselho de Pesquisa do Centro de Educação Física, aguarda a aprovação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação e do Comitê de Ética em Pesquisa da UEL para o retorno. A previsão de reinício é no segundo semestre, é aberto à comunidade e gratuito. Os grupos de treinamento agrupam de 15 a 25 crianças que são acompanhadas individualmente.

Fonte:
Portal Conexão Ciência

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