Hormônios devem ser consumidos sempre com orientação médica
Se tomados do jeito errado, podem oferecer riscos sérios para a saúde. Médicos explicam em que casos e como são feitas as reposições hormonais.
Os hormônios são substâncias muito importantes para o nosso corpo e, se estiverem em falta, podem prejudicar muito a qualidade de vida. Por isso, saber identificar os sinais de alerta que indicam que é preciso fazer uma reposição hormonal é extremamente importante, como explicaram os endocrinologistas Alfredo Halpern e Luis Eduardo Calliari.
No entanto, os hormônios também funcionam como medicamentos e, por isso, precisam ser consumidos sempre com orientação e indicação médica. Se tomados do jeito errado, eles podem oferecer riscos à saúde e até mesmo aumentar a chance do paciente desenvolver certas doenças.
Para identificar se há falta de hormônios como o da tireoide, a testosterona, a insulina, o estrógeno e o do crescimento, é feito um simples exame de sangue. No entanto, no caso da melatonina, hormônio regulador do sono, o exame feito é o de urina, não disponível no Sistema Único de Saúde.
Além dos exames, existem alguns sinais - por exemplo, pele seca e cabelo quebradiço, lentidão na fala, cansaço e facilidade para engordar pode ser um indício de que há pouca quantidade do hormônio da tireoide; no caso de muita sede e vontade de urinar, pode ser falta de insulina; em mulheres que param de menstruar, ficam com muito calor e perda de libido, pode ser falta de estrógeno; meninos adolescentes que chegam aos 14 anos sem sinais de puberdade podem precisar de testosterona; já crianças muito baixas ou que engordam muito fácil talvez precisem tomar o hormônio do crescimento.
No caso da melatonina, é importante lembrar que ela ainda é proibida no Brasil. Por causa disso, a estudante de direito Camila Cardoso teve que trazê-la do exterior. A insônia da estudante era tanta que os médicos indicaram a reposição e, como ela disse na reportagem, a melhora na hora de dormir foi significativa.
Porém, os médicos ressaltaram que o uso de certos hormônios pode também ser prejudicial. Por exemplo, no caso do estrógeno, geralmente usado por mulheres na menopausa para deixar a pele boa, o humor agradável, a libido em alta e também aumentar a ovulação, há o risco maior da paciente desenvolver câncer de mama e útero. O risco também vale para a testosterona, que pode deixar a mulher mais musculosa, mas se tomada em excesso, pode ter consequências, como o aumento da quantidade de pelos no corpo.
Em relação ao hormônio da tireoide, o problema pode surgir desde o nascimento. O teste do pézinho feito na infância, por exemplo, consegue detectar doenças.
No caso das mulheres, a falta do hormônio da tireoide pode dar sintomas como cansaço, pele seca, cabelo quebradiço e facilidade para engordar.
Há ainda a insulina, que controla a quantidade de açúcar no sangue. Se houver falta, a pessoa pode ficar desidratada, sentir muita sede e vontade de urinar.
Aplicada com uma seringa, a insulina faz o açúcar entrar na célula e evita que ele fique em excesso no corpo; porém, se tomada em grande quantidade, pode deixar a pessoa com transpiração e pálida.
Por último, os médicos falaram do hormônio do crescimento, mais comum em crianças com baixa estatura e que engordam com facilidade. Segundo o endocrinologista Alfredo Halpern, essa reposição é indicada se a criança cresce menos de 4 centímetros ao ano antes da puberdade.
Nesse caso, ela deve ser levada a um pediatra que vai orientar os pais a fazerem o tratamento do jeito certo, para evitar efeitos indesejados, como o crescimento dos nariz e lábios, por exemplo.
Fonte:
Portal Globo
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