Excesso de cafeína pode deflagrar crise de pânico, revela estudo

Estudo realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostra que a cafeína, em excesso, pode desencadear crises em portadores da síndrome do pânico.

No experimento, foram utilizados 480 mg de cafeína, o equivalente a aproximadamente cinco xícaras de café expresso, ingeridos em apenas 15 minutos.

Participaram do estudo cerca de 40 pacientes, incluindo portadores de síndrome do pânico, pacientes com depressão, pânico associado à depressão e indivíduos sem transtornos psiquiátricos.

O grupo de pessoas com pânico ou depressão associada ao pânico apresentou mais crises após o consumo de cafeína do que os outros grupos, nem sempre imediatamente após a ingestão. A pesquisa foi publicada na revista norte-americana "Comprehensive Psychiatry".

"Os resultados mostram que pessoas que sofrem da síndrome devem controlar a ingestão de cafeína", diz o psiquiatra Antonio Egídio Nardi, professor da faculdade de medicina da UFRJ. Ele lembra que, além do café, a substância está presente em alimentos como chá, refrigerantes e chocolate.

A próxima etapa das pesquisas, segundo o médico, é utilizar a cafeína como aliada no tratamento do pânico: "Com uma dose controlada, é possível produzir uma versão branda das crises e ajudar o paciente a lidar com elas", explica.

Pânico e asma

Outros estudos conduzidos por Nardi e sua equipe revelam que a síndrome do pânico é mais freqüente em pacientes que sofrem de asma e bronquite. A prevalência, nesse grupo, é de 40%. Na população em geral, o índice é de aproximadamente 2%.

"Não podemos afirmar que o pânico pode deflagrar uma crise respiratória, mas percebemos que o controle adequado da síndrome faz com que os pacientes necessitem de doses menores de remédios contra asma", conta o psiquiatra.

O tratamento da síndrome do pânico, segundo o psiquiatra, é realizado com terapia cognitivo-comportamental e administração de medicamentos como antidepressivos e benzodiazepínicos.

Os sintomas podem incluir dor no peito, palpitação, dificuldade para respirar, sensação de desmaio, tremores, sudorese excessiva, tonteira e sensação de morte iminente.

Fonte:
Portal Uol

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