Entenda como incorporar o uso da Maltodextrina e da Dextrose em seus treinos. Ainda existe pessoas confundindo como se faz o uso da maltodextrina na suplementação.
A maltodextrina e um carboidrato proveniente da conversão enzimática do amido do milho. Na verdade, ela e um hidrato de carbono complexo, talvez daí a grande confusão. Em sua composição, estão polímeros de glicose e também cadeias de 3 a 19 moléculas de glicose, unidas por uma ligação glicosidica do tipo α 1-4, que também esta presente no amido. Entretanto o amido, como um verdadeiro carboidrato complexo, possui dois tipos diferentes de estrutura: a amilose e a amilopectina, combinadas em cadeias de centenas ou milhares de moléculas de glicose.
Já a maltodextrina possui poucas moléculas agrupadas por um único tipo de ligação. Observando as duas moléculas, a simplicidade da malto se torna obvia se comparada com o amido como nas figuras abaixo.
Alguns devem questionar também o fato da maltodextrina não ser um monossacarídeo que, composto por mais de uma molécula de glicose,
teria uma absorção e atividade fisiológica mais lenta. Entretanto, apesar de ser um oligossacarídeo de glicose — devido as suas fracas ligações carbônicas e ausência de ramificações ou outro tipo de estrutura que não a cadeia simples de glicose com ligações 1-4, — a maltodextrina tem um comportamento semelhante a dextrose, que nada mais e que glicose simples. Podemos observar isto pelo tempo de absorção da dextrose, que gira em torno de cinco a sete minutos, enquanto a malto leva não mais que doze a quinze minutos.
Os carboidratos são classificados através do Índice Glicemico (I.G.), esta
divisão e feita de acordo com os níveis de açúcar encontrados no sangue após a ingestão dos alimentos e com a velocidade que cada um demora ate chegar na corrente sanguínea. Desta maneira, quanto maior for o índice glicemico, mais rápido este carboidrato cairá na corrente sanguínea e maior será o pulso de insulina, este processo não e benéfico se acontecer fora do período pos treino — horário em que realmente necessitamos dos picos de insulina — pois o excesso de glicose no sangue e convertido em ácidos gordurosos e triglicérides, que em seguida são armazenados na forma de gordura.
Como e possível observar, o Índice Glicemico da Maltodextrina e exatamente igual ao da glicose e um pouco menor que o do açúcar branco, prova de que a substancia se comporta como um carboidrato simples. Empresas fabricantes de maltodextrina, como a Grain Processing Corporation (EUA) expressam em seus catálogos que o IG esperado da maltodextrina e idêntico ao da glicose ou dextrose puras, reafirmando a característica de açúcar simples da maltodextrina.
Na prática
A maltodextrina e muito utilizada tanto em esportes de endurance (aeróbicos) como em esportes anaeróbicos, como e o caso de uma corrida de 100m ou a musculação . Seu objetivo e repor o glicogenio muscular perdido e garantir o transporte de substancias essenciais para quem quer hipertrofia, tais como: Whey Protein, Creatina, Glutamina, Arginina, HMB e os BCAA’s para dentro das células musculares graças ao pico de insulina causado pelo seu alto índice glicemico. Por isso, sempre alertamos os praticantes de atividades físicas e atletas a consumirem suas proteínas em conjunto com uma solução de carboidratos de alto índice glicemico, para garantir o transporte desses aminoácidos para dentro dos músculos com eficácia.
Caso isso não seja realizado, parte dessa proteína, será utilizada como fonte de energia, o que resultara em perda de dinheiro e tempo, pois a proteína alem de mais cara, não foi feita para essa função. Procuramos recomendar antes dos treinamentos mais intensos, a utilização da maltodextrina na concentração de 6 - 8%, ou seja, para cada 500ml de água deve-se acrescentar de 30 a 40g de maltodextrina dependendo do objetivo individual e fase de treinamento .
Utilizando o suplemento de maltodextrina quinze minutos antes do treinamento intenso e possível melhorar significativamente a energia e a capacidade de contração do músculo do individuo devido ao fato de se garantir cheios os estoques de glicogênio intramuscular. Normalmente, deve-se realizar uma refeição sólida com carboidratos complexos e proteínas de lenta absorção de 60 a 90 minutos antes do treinamento e fazer uso dos suplementos dessa categoria cerca de 15 minutos antes dos exercícios. Em conjunto a essa solução, orientamos também a adição de Whey Protein, BCAA’s, Creatina ou Glutamina para assim obter um maior teor de aminoácidos plasmáticos no momento do treinamento, otimizando também a síntese protéica e a recuperação muscular a cada serie.
Não há necessidade de utilização da maltodextrina durante as sessões de treinamento que tenham duração de menos de 60 minutos. Ingerir uma quantidade de água considerável já e mais do que o suficiente para garantir hidratação e a diminuição dos níveis de cortisol. Algumas pessoas que utilizaram a malto durante os treinamentos relataram uma melhora em seu rendimento, mas este fato não acontece em todos os casos. Portanto devemos lembrar que a individualidade de cada pessoa deve ser respeitada.
Em caso das atividades com duração superior a 60 minutos, são indicadas soluções de malto com a dosagem recomendada acima para assim, pela rápida assimilação, obter um fácil e rápido esvaziamento gástrico, o que evita um desconforto estomacal.
Já no caso de atividades que atingem tempo igual ou superior a 90 minutos devem ser consumidos, alem de carboidratos, repositores eletrolíticos.
Já existem no mercado varias marcas com esses tipos de carboidratos de vários índices glicemico e repositores eletrolíticos tais como sódio, potássio e magnésio, ideais para esses tipos de atividades.
No período pós-treino, recomenda-se a utilização de uma proteína de rápida absorção e alto valor biológico, como e o caso da Whey Protein, e dependendo das substancias adicionais ingeridas, procuramos orientar nossos clientes a adicionar os dois carboidratos, no caso a maltodextrina e a dextrose. Por que isso? A adição dos dois carboidratos no pos-treino causa
uma maior estabilidade dos níveis de insulina no sangue, garantindo assim a assimilação de 100% dos nutrientes ingeridos sem que haja risco de parte desses aminoácidos serem utilizados como fonte energética.
No período pos-treino intermediário e avançado, nota-se a presença dos dois carboidratos para um melhor aproveitamento das substancias ingeridas, o que não e necessário no nível iniciante. Orientamos a proporção de 50% dextrose e 50% maltodextrina nesses casos. A posologia dos componentes varia dependendo do peso, composição corporal e objetivo de cada individuo. A Whey entrara para começar a recuperação, dar inicio ao anabolismo e a síntese protéica e a creatina para drenar toda água do tecido subcutâneo para dentro das células musculares, causando também a reposição dos estoques de ATP. Os BCAA’s entrarão como anticatabólicos e a vitamina C para bloquear a ação do hormônio catabolitico cortisol. Cinqüenta minutos apos essa suplementação recomenda-se a introdução de uma refeição sólida contendo carboidratos complexos e proteínas de absorção com pouca ou quase nenhuma gordura.
O uso dessa suplementação tem como objetivo a reposição imediata de nutrientes, e como sua absorção e muito rápida, a manutenção no plasma sanguíneo também e muito limitada, tendo um limite de 35 a 50 minutos, horário no qual se introduz a refeição sólida. O artigo apresentado teve como objetivo sanar algumas duvidas dos excelentíssimos leitores da revista
sobre o uso do carboidrato maltodextrina.
Esperamos que as orientações aqui apresentadas tenham sido colocadas de maneira esclarecedora e simples, ajudando a todos os praticantes de atividades físicas que desejam melhorar seu desempenho e obter mais qualidade de vida.
Fonte:
REVISTA SUPLEMENTAÇÃO - ANO 01 - EDIÇÃO 04
Autor:
PROFESSOR RAFAEL BRACCA DOS SANTOS
Especialista em Assessoria Individualizada com Graduação em Educação Física e Pós Graduação em Exercício Resistido e Nutrição Esportiva
0 comentários: